A seleção dos escravos era feita nos entrepostos pelos próprios interessados pela
compra do escravo. O exame mais importante e rigoroso era o realizado nos dentes,
e uma ligeira inspeção para apontar eventuais manifestações de algum tipo de doença.
(SOUTO, Saúde no trabalho: uma revolução em andamento. Senac Nacional, 2004. Rio de Janeiro)
Nada muito longo para escrever, nem muito poético. Aliás, não consigo ser poético diante de algo como o que relato:
Pois que o diretor de onde trabalho conheceu duas novas empregadas.
Ambas são jovens e humanas. Cada uma a seu estilo é séria, estuda. Agora buscam entrar no mercado de trabalho através de uma empresa dita "dos sonhos".
Tendo sido apresentado à ambas num final de dia, às oito da noite, quando não era para nenhuma das duas estar na empresa, eis que ele diz:
"Hum, essa aqui tem porte, é séria, parece que vai dar uma profissional. Mas essa aqui, não sei não!"
Perdoem, queridos, se esperavam um texto bonito, mas a proposta aqui é só mesmso desabafar! Ele disse isso diante das duas! E elas estão só começando, meu Deus!
Ai, meu Deus! O que eu faço? Se eu estivesse presente eu SEI o que eu faria, mas e agora que o tempo já passou e eu nem estava lá para intervir.
E, o que mais espanta: ninguém fez absolutamente nada.
As duas saíram e foram beber juntas para relaxar, ambas chocadas com o tratamento recebido e vieram me contar no dia seguinte.
Escrevo a partir da dor de saber da notícia, do pasmo, da perplexidade e da revolta.
Meu Deus, olhai por nós!
Sábado
Há 10 anos