Me acompanha essa sensação desde há muito tempo. Sempre me acompanha. Apenas consigo evitá-la às vezes e no esforço de evitá-la, ainda a tenho sempre em mente, não livrando-me totalmente dela.
Estranhamente vem; estranhamente, quase vai embora completamente. Fato é que o estranho é sempre igual. Parafraseando Freud em "O Estranho", o estranho é nosso conhecido desconhecido. A sensação me é estranha, posto que a sei e sei tão bom que sei quando chega.
Uma ligação. Um aviso. Um e-mail.
Elevador:
- Ah! Oi! Você por aqui! - diz o outro.
- Sim! Quanto tempo! - digo eu.
Os andares passam e a conversa segue informal até que um dos dois deve descer e...
- Ah! Sim! Depois preciso falar com você.
Bam! A porta se fecha e sigo eu: o que fiz de errado? E a sensação se apossa de mim. É a estranha sensação de que fiz algo de errado, algo pelo que serei cobrado exatamente agora e de modo atroz. E temo. E tremo.
OU então:
- Bom dia! Preciso te falar - diz a amiga.
- Sim? - respondo em tom preocupado.
- Depois nos falamos que não é papo para agora...
E lá vem a sensação. Só passa quando a conversa acontece e vejo que não era nada demais.
Aconteceu agora.
- Amigo Ruffles, quero falar com você hoje. Será que pode ir na minha casa para conversarmos? - diz o e-mail.
O que fiz de errado? Meu Deus, o que fiz? - penso eu, mesmo sabendo que, ao olhar retrospectivamente, nada irei encontrar.
É paranóia ou é só culpa mesmo?
Sábado
Há 10 anos
2 comentários:
Serve culpa-paranóica? Um tipo de culpa crônica, que te coloca acuado diante de qualquer possível situação de cobrança por algo que em verdade você não fez?
O engraçadó é que eu queria pedir desculpas e Ruffles'friend queria te pedir conselhos.
;-)
Esta gente só sabe pedir né?
Meu, eu sou precisa e exatamente desse jeito...
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