Google

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A felicidade

A felicidade, de uma hora para outra, como um pequenito choque pelo modo como chega e como uma cicatriz pelo modo fica, passara a fazer parte de sua vida. Outrora julgava ser incapaz (ou talvez indigno) deste sentimento. A felicidade não seria para si, até que, então, fez-se presente. Como queria poder descrever o que vejo que ele sente! E mesmo se conseguisse, não seria jamais fiel, pois o que vejo que ele sente não é, de modo algum, o que ele de fato está a sentir agora apertando-lhe o peito.

Há felicidades que são como um aperto. Um bom aperto no peito. Era isto que sentia a cada vez que olhava para o passado, que retrospectivamente revia o final de semana. Sentia-se feliz e, ao mesmo tempo, alguma coisa lhe apertava o peito: era a saudade, esta que sempre acompanha os bons momentos.

Havia uma certa tensão: como serão as coisas de agora em diante? Mas havia também a certeza de que agora era isso que queria. Certezas são necessárias a uma realização. Passaria o dia então em frente ao computador buscando soluções práticas para que tudo pudesse se viabilizar: um outro encontro, e mais outro e outro. Infinitos encontros e reencontros, reedição de um primeiro, por demais significativo.

Pensava em como queria que o dia terminasse e logo chegasse a noite. Queria estar com ele novamente. Mesmo sem falar com ele ao longo do dia, sentia-o presente, mas queria poder tê-lo mais perto, mesmo que distante. Vê-lo, mesmo que pela tela fria de um monitor.
(Talvez o único modo pelo qual eu vá conseguindo exprimir o que ele sente seja assim: parágrafos soltos, desconexos. Talvez assim eu me aproxime da realidade do que é sentido. Mas prefiro retirar-me e ainda deixar que ele sinta. Quem sabe mais tarde ele não consiga concatenar melhor as idéias e me ditar um texto coerente?)

A felicidade e a saudade, de um hora para outra, faziam parte de sua vida.

Nenhum comentário: