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segunda-feira, 31 de março de 2008

Clarice 2

Da Continuação de Clarice
ou Da pouca vergonha
ou Como assim num ônibus
ou A moça e a senhora que palitava dentes
ou Do gozo com a idéia
ou Torno público ou resguardo a imagem de minha personagem?
Pois que fodi-me todo, isso é verdade. Mas não é nenhum fardo com o qual tenha que lidar a contragosto. Gosto de olhá-la de longe. O sorriso de Clarice me domina. Já não sei quando sou eu que sorrio ou quando o sorriso é o dela. As verdades sobre Clarice ficam como as moscas que me impedem de dormir. Por mais que eu tome banho, asseie a casa, use veneno, as malditas moscas ficam lá, rodeando minhas pernas e meus braços. Meus ouvidos escutam seu zunido e tenho que admitir: já não é possível dormir, apesar do sono. Assim são as verdades de Clarice em minha cabeça. Clarice não deveria estar em mim, não tivesse eu ousado invadir-lhe a vida e falar de um dia em que chorou por três horas e e quize minutos sem pausas. Não deveria estar em mim caso eu não a tivesse deixado entrar. Demorei-me demais olhando a menina e agora é ela que me olha enquanto tento dormir. Não consigo dormir com seu olhar claudicante sobre mim: “Me escreva”, pede ela com aqueles olhos de casta falsidade. Pudera eu tratá-la como ela trata os mendigos da rua e a enxotaria de minha casa. Clarice não está em minha casa, contudo, e sim dentro de mim. Penso Clarice e a vejo, assim como outrora a moça via Felipe. Sempre soube que se me demorasse demais naquele texto, iria acabar apaixonando-me por ela. É que tenho essa tendência infantil a estabelecer relações amalgamantes com tudo aquilo que me vem ao encontro. Especialmente se nada me vem ao encontro e coisa já está dentro de mim. Desta forma, não preciso de amálgamas, apenas preciso aceitar o fato de que, sim, estou apaixonado por mais uma idéia. Clarice é minha idéia. Clarice é, também, uma moça da vida. Não uma mulher da vida, mas uma moça com existência comum e, a título de prova, ela me garante que caga. Todos os dias, diz-me ela, cago, ao menos uma vez por dia. Tenho uma pontada de inveja dessa regularidade com que ela consegue ser normal. A moça das minhas idéia é mais normal que eu: caga e apaixona-se por pessoas de verdade.
Decerto que nem sempre foi assim. Já foi dada a amar idéias, a mocita. E amou uma idéia tão loucamente em si que, em dado momento, era difícil dizer o que era idéia, o que era Clarice e o que era amor. Agora sou eu que me vejo nesta situação ridícula de amar quem não existe. Já Clarice, tendo abandonado o amor pela idéia que tinha de Felipe e tendo, inclusive, escrito uma carta malcriada para o rapaz, sob a insígnia de “apenas mais um conto de fim de noite” que, como os outros, publicara em seu sitezito, já ela ama um rapaz de verdade. Deitada, minutos antes de cair no sono, Clarice pensa se Alex era um nome que ia bem com o dela. “Clarice e Alex” ou “Alex e Clarice”, qual seria mais sonoro? O som é importante para as palavras, bem como o silêncio. No silêncio é que mora o dito, mas no som é que as palavras se falam a si. Queria gritar de modo que Clarice ouvisse o quanto a amo. Nota mental: tenho que parar de falar de mim, que o texto é sobre Clarice. Suas pálpebras, pesadas pelo sono, fecham-se lentamente agora. Aproximo-me de seu ouvido e susssurro “Autor e Clarice. Clarice e Autor”, mas ela acorda de sobressalto. Despertei-a sem querer. Queria mesmo que ela se acostumasse com a idéia de amar-me, mas não controlo Clarice. Apenas escrevo sobre ela.
Desperta, vejo-a sentar-se em frente ao computador. Este seu amigo, o computador, tem muita importância em sua vida desde que outro amigo dela a indicara um site em que poderia conhecer todo o tipo de gentes. Com um sorriso largo no rosto (acredito tê-la ouvido gargalhar de um prazer de gozo), escreve para Alex: “Querido, queria ver-te. Sei que moras longe, mas poderia ir visitar-te qualquer desses dias... Talvez em seu trabalho”. E depois disso, perdi-me da menina e tudo o que sei é o que ela mesma escreveu em seu site. Alguma coisa sobre uma boate em um país distante onde as pessoas são frias e distantes. Alguma coisa sobre corredores infindos e confusos e um closet misterioso do qual preferiu não dizer nada. Ou melhor, do qual não tinha nada para dizer, pois não foi capaz de recordar-se. Recordava-se apenas e com muita clareza, dos olhos de Alex pousados nos dela. Lembrava-se do calor saboroso dos lábios de Alex pousados em seu pescoço e do sabor calorento que os lábios dela sentiram ao beijar a carne macia logo atrás da orelha do rapaz. Memorável fora o momento em que sentira as mãos fortes de Alex em sua virilha. Sentiu seu corpo liquefazer-se e, úmida, pediu que ele a penetrasse. Recordava-se, acima de tudo, de tê-lo sentido dentro de si algumas vezes aquela noite e do macio das plumas penduradas em um cabideiro próximo à parede em que deixou-se ser possuída por aquele que já a possuía antes mesmo daquele primeiro encontro. E trazia consigo, bem fundo e ecoante, o que o rapaz lhe disse ao fim da noite: “Clarice, me perdoe. Eu devia ter dito antes, mas... É que... Bem, sou gay”. Era gay e nem tudo podia ser perfeito. Apesar do sexo ótimo, era gay o Alex. Há infantes gays? Pois que dizem que um dos Joões, da família real portuguesa, era dado à felação. Não que gostasse de fornicar pelo buraco de trás com jovenzitas do reino. Dizem por aí que era “biba, bibíssima, bibérrima”, contou Alex a Clarice numa outra oportunidade. João dava a bunda pelo reino e comia sua esposa no fim da noite. O que haveria de errado, então, em Alex e Clarice terem tido uma noite estupenda de amor entre as quatro paredes do closet?
A questão seria como trepar novamente com um viado. Clarice nunca foi de ter preconceitos, mas é que gostava de sexo. O sexo era para ela uma possibilidade de libertação de si mesma. Eu me livro de mim por Clarice. Ela é minha ferramente. Para ela, o sexo servia como escape e o momento do gozo era o momento em que não tinha sequer contato consigo mesma. Clarice adorava o gozo e isso não seria novidade, pois todas as gentes também gostam. Era assim que eu pensava, até perceber que as gentes gostam do gozo pela sensação de relaxamento, pelo prazer que ele traz, por aquilo que o gozo, em se tratando de gozo, em si mesmo é. Clarice gostava do gozo para esquecer-se de si. Quando gozava, era um nada. Mesmo no sexo, era nada. Como diria Genet, Clarice queria ser apenas o buraco para que o outro depositasse nela seus líquidos, queria alienar-se de tal modo de si que nada seria. Só o gozo isso lhe permitia. E como garantir o gozo diário com um gay ao seu lado? Se algum dia ele viesse a falar e seu desejo pelo mesmo sexo falasse mais alto? Como seria gostar de um viado?
Clarice está no ônibus. Segue para a casa de seus pais. Têm a sensação de que Alex ainda está dentro de seu corpo. Tudo em que consegue pensar é Alex. Até mesmo suas idéias sobre o lugar que mora passam, invariavelmente, por Alex. O ônibus segue trepidante. O sol lá fora deve estar mais quente que o ar condicionado gelado dentro do coletivo. Clarice queria estar lá fora e sentir o sol em seu rosto. O calor do sol em seu pescoço talvez lhe lembrasse de quando os lábios quentes de Alex a tocaram. Olhando Clarice, tenho vontade de gritar para o mundo que ainda há beleza. A paixão nos cega a todos. As dores nos cega a todos. E se há beleza, as gentes perderam a capacidade de vê-la. O coração exultante de Clarice, porém, abriu-se ao mundo e vê a beleza. Clarice deseja gritar, num ímpeto, estridente e altisoante, um longo e súbito “Ah!”, que ela exulta de felicidade. Todo seu corpo responde em felicidade ao mais leve anseio da moça. Seus lábios, por exemplo, por mais que ela tente refreá-los, seus lábios são só sorrisos e seus pensamentos são só Alexes. Vou parar este ônibus e pedir para que esperem que Clarice grite. Me dá angústia ver tanta felicidade contida. A felicidade, quando existe, deve ser posta para fora. Não para que gaste e termine. Mais mesmo para que seja plenamente vivida. A felicidade deve ser gritada! Este é o compromisso humano com a felicidade. Senão, a felicidade vira amargura e o que fizemos dela? Felicidade que não se grita dá tanto câncer quanto tristeza. Imagino como seria se Clarice se ergue-se de sua poltrona e gritasse dentro do ônibus: “Senhores, estou feliz por que amo! Senhores, fui também amada e, ah!, isso é tudo o que alguém pode querer. Há vários de tipo de amor, mas deste é dos que tem volta. Eu mando, ele retorna. Senhores! Ah!”, e falaria sobre como sentiu a carne de Alex invadindo a sua.
Ainda era capaz de lembrar-se, já bem o sabemos, de como foi o encontro e do que Alex lhe dissera. Já deixara de pensar em como seria namorar com um gay. Se era do desejo de Alex, não haveria problemas. O desejo move o homem e como os milagres para as montanhas, é capaz de tudo mudar. Não importa o que Alex tinha vivido até ali, mas sim o que ele desejava viver de ali para adiante. Sem preocupações, então, e plena de felicidade, Clarice esqueceu-se mesmo que estava em um coletivo e que as pessoas a olhavam. Pudera eu esquecer-me que há um olhar que me olha e também faria o mesmo, sem pudores. Clarice lambeu seus dedos. Fechou os olhos e lambeu os dedos em lascívia. Viu diante de si o infante. Alex a aguardava no balcão da chapelaria da boate. Ela diria: “Vim guardar contigo meus tesouros” e pensaria se estava ou não sendo piegas. Não se trataria, no entato, de ser ou não piegas. Imaginaria uma cena de filme B, atores ruins, roteiro barato e sexo animal, bastante sexo animal e ilógico. Alex lhe respondia com um olhar tão lascivo quanto o modo como Clarice lambia seus dedos: “Então passe para o lado de cá deste balcão”. Clarice via-se travada na soleira do portículo do balcão. As pernas lhe bambeavam e o coração ia acelerado. Alex caminhava em sua direção. Encostava suas mãos no pescoço da menina e, num leve giro, já tocava a nuca de Clarice, bem por baixo dos cabelos da moça. Deixava sua mão correr ao largo das costas da moça paralisada e, descendo, enchia-a na bunda de Clarice, que apertava com força, sentindo bem o buraco que havia entre um lado e outro daquela bunda carnuda. No ônibus, ainda de olhos fechados, Clarice deixou seu dedo úmido pousar sobre seus seios. Seus mamilos estavam eriçados por debaixo da blusa e a senhora da polrtona ao lado, que outrora olhava pela janela enquanto palitava os dentes, costume bastante interiorina, agora já olhava inquisidoramente para nossa garota. Os mamilos rijos de Clarice podiam ser vistos por sobre a blusa de linha que ela vestia. Gostava de usar roupas de linha para visitar os pais. Pensava que ganhava um ar mais sério com elas. Utilizando-se do que Deus havia dado apenas aos homens, Clarice unia o dedo opositor ao indicador e pinçava levemente seu mamilo direito. Em sua mente, ainda estava paralisada no portículo do balcão, a mão direita de Alex ainda apertando-lhe a bunda. Sentia agora as mãos do rapaz entrando-lhe no meio da bunda por cima da saia que vestia e sentiu que sua calcinha molhava. Liquefazia-se e calor vaporoso que saía do meio de suas pernas era o gosto que queria ter agora em sua boca. Avançou tropega para o lado de dentro do balcão. Alex subiu suas mãos até os ombros de Clarice e, não sem antes ter posto a placa de “fechado” por sobre o balcão, disse-lhe : “Venha comigo” e olhou-a fundo nos olhos. Guiou-a habilmente por entre corredores e corredores de prateleiras. Muitos deveriam ser os que deixavam seus pertences guardados naquele lugar e o esqueciam depois de uma boa noitada, seja por não lembrar-se nem sequer como ali chegou, seja por ter melhores motivos para logo sair sem antes pensar em buscar o que trouxera consigo. As prateleiras pareciam não ter fim. Caminhavam Alex e Clarice entre toques e olhares: ele deixava, por vezes, suas mãos descerem dos ombros até os seios da moça e os apertava com força, puxando o corpo de Clarice para si; nessa horas, Clarice deixava-se sentir o pau duro do rapaz tocando-lhe a bunda e pensava em como queria ser penetrada por trás. Clarice conhecia aqueles corredores. Caminhara por eles no dia anterior e dentro do ônibus deixava seu pensamento seguir os passos que fizera até o pequeno closet no final da chapelaria. Alex deveria estar em casa a estas horas e talvez dormindo, talvez arrumando-se para mais um dia de trabalho... Clarice, o sabemos, estava no ônibus e agora desistia de pinçar seus seios e enfiava lentamente os olhos ainda fechados, os dedos novamnete umedecidos por debaixo de sua saia e sentiu seu clitóris quente e úmido. Os pêlos de sua buceta sendo tocados no caminho até seu clitóris geraram uma sensação tal em Clarice que ela deitou a poltrona um pouco mais e com a mão esquerda começou a tocar seus seios com força. A volúpia do momento assustava a senhora da poltrona ao lado, mas esta nada fez a não ser olhar tudo com uma pontada de inveja, lembrando-se do tempo em que ela mesma não aguentava de desejos e entregava-se a eles nos lugares menos oportunos. Preferiu não incomodar a moça e ela mesma, a senhora, começou a sentir sua vagina dando sinais de um antigo funcionamento, há muito abandonado. Clarice continuou friccionando seu clitóris por mais algum tempo, até quando, em seus pensamentos, chegou no closet onde ainda ontem, entregara-se a Alex.
No pensamento de Clarice, Alex abria a porta do closet com um sorriso bastante sadado no rosto. Parecia dizer: “Agora te fodo”. À idéia de um Alex desejoso de fodê-la, no ônibus, Clarice deixou seus dedo médio penetrar sua buceta úmida enquanto o polegar fricicionava o clitóris. A mão esquerda ainda apertava seus seios quando Clarice, não aguentando em êxtase e já tendo completamente se esquecido que havia outras pessoas ao seu redor, soltou um gemido. Em olhar, há quem não veja; em que ouvir, há os que não ouvem, mas todos no coletivo ouviram o gemido da menina. Alguns abafaram o riso, outros murmuraram resmungos e ainda houve aqueles que ficaram a pensar se deveriam ou não juntar-se ao movimento da jovem moça da poltrona 9, pois também ficaram estes excitados. Clarice via Alex sorrindo para ela. Entrou no pequeno closet e antes que tivesse tempo de ver direito onde estava, como na noite anterior Alex lhe disse: “Não repare em nada, que este lugar guardo-o em segredo. Agora, ajoelhe-se aos meus pés”. Trêmula, Clarice obedeceu. Mas antes, fez menção de tirar a calcinha, para o que recebeu um olhar aprovador de Alex. E tendo ajoelhado-se, viu o pau duro de Alex diante de seus olhos e começou a tocá-lo levemente com a língua, e depois com os lábios, e depois com o canto da boca, até que então sentiu-o tocar-lhe bem fundo a garganta. Alex, com suas duas mãos, empurrava a cabeça de Clarice para frente e para trás, entre gemidos e uma respiração arfante. Clarice olhou para cima e viu Alex. Excitou-se tanto com a visão do rapaz excitado pelos seus lábios, que mesmo antes de tocar seu clitória, enfiou três dedos na vagina. No ônibus, fizera o o mesmo e gemeu novamente. Foi então que Clarice ergueu-se do chão, sob um olhar desaprovador de Alex, encostou-se inclinada à parede e disse: “Me fode”. Alex logo sorriu e tirou o olhar desaprovador da cara. Segurou a menina pelos quadris e sentiu seu pau na parede úmida da vagina de Clarice. Enfiava e tirava seu pau agilmente de Clarice, cada vez com mais força. Clarice movia, por vezes, levemente o quadril de um lado para o outro. No ônibus, Clarice tirou os três dedos de dentro da vagina e começou a friccionar seu clitória com bastante velocidade.
Alex tirou seu pau de dentro de Clarice, que o olhou com olhos de pedinte a dizer “Por favor, continue”. Mas Alex tinha tudo planejado. No canto esquerdo do closet ele guardava para estas ocasiões uma dessas cadeiras de abrir e fechar. Buscou logo o assento, abriu-o, sentou-se e disse: “Sente-se em mim.”. Clarice excitou-se tanto com esse pedido que sentiu que seu corpo desfalaceria de tesão. No ônibus, Clarice sentiu-se próxima ao gozo, o momento que tanto prezava.
Tirou logo a saia e a blusa e, de costas para Alex, que segurava com sua mão direita o pau ereto, sentou-se. Sentiu aquela carne quente forçando-lhe o anel do ânus. Sentia dor e parecia que alguma coisa em si rasgava, cortava. Mesmo assim, Clarice não hesitou e de uma só vez colocou o que podia de Alex em si. O rapaz lambeu seus dedos e enfiou-os na buceta de Clarice. Aqueles dedos grossos e rudes... Clarice lembraria-se deles por toda uma vida, se memórias duram tanto. Aqueles dedos grossos e rudes tocavam a parede interna da vagina de Clarice ao mesmo tempo em que ela se movia para cima e para baixo velozmente. Alex estava em êxtase. Clarice subia e descia em seu colo, os peitos da menina subiam e desciam com ela, os dedos dele iam cada vez mais fundo numa buceta cada vez mais úmida, Clarice começoua tocar seu clitóris e pediu que Alex colocasse mais um dedo dentro dela, Alex sentiu seu pau latejar dentro de Clarice, Clarice sentiu que ia gozar, Alex sentiu que ia gozar, Clarice gemeu de prazer e Alex gritou de desejo, Alex puxou seus dedos de dentro de Clarice, Clarice tocava mais agilmente seu clitóris, Alex levou as duas mãos para a bunda de Clarice e fazia movimentos para ajudá-la e erguer-se e abaixar-se no colo dele. Clarice gritou de prazer, Alex gozou, Clarice gozou. No ônibus, Clarice abriu seus olhos, o peito arfante, a respiração ofegante, os sentidos sendo recobrados e o pensamento na cena que acabara de fazê-la gozar. Ainda imaginava seu cu cheio dos líquidos de Alex e imaginava Alex suado na cadeira de abrir e fechar. Imaginava-se levantando-se, ficando de frente para o rapaz e sentando-se nele e envolvendo-o em um abraço carinhoso enquanto o beijava a testa e o rosto. Os passageiros do ônius preferiram fingir não ter visto e ouvido nada. Clarice virou seu rosto para a jaela e começou a olhar a paisagem. Estava indo para a casa de seus pais e pensava em Alex. Sim, pensava em Alex.

3 comentários:

Anônimo disse...

E eu que ainda não havia pensado na natureza química da decepção... Mas Clarice, nesta viagem de ônibus rumo a suas origens, ilustra-a bem: é só misturar num "cadinho" sonhos, fantasias de ser amado e desejos; e adicionar lautas colheradas de expectativa. Reagentes + catalisador = reação. Quanto mais expectativa se adiciona, mais rápido surge o produto final: sofrimento.

E cumpriste mesmo o prometido: ontem ainda eras; hoje, incrédulo, fui averiguar e já não és mais. Quem perde ? Eu e talvez alguns outros poucos, que ficamos sem espelho na Terra da Enganação. Quem ganha ? Tu, que pareces saber manejar o tempo a teu próprio favor.

Abs. Boa semana.

Anônimo disse...

Saudades de Clarice...
ALeX

Anônimo disse...

Senti como Clarice agora.