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sexta-feira, 25 de abril de 2008

O que não se define

Ou De uma longa espera interrompida
Ou O que se espera é agora
Ou De quando Olfodor sentiu


Então o amor era isso que não se define. Isso que nunca se define. Pois que sentia amor e sentia medo. E sentia amor e sentia saudade. E sentia amor e sentia pressa. O amor era carregado de sentimentos e sensações. Vinha acompanhado de uma ânsia de futuro que o acorrentava ao presente. Vinha acompanhado de um carrilhão de passado que o abandonava na estação do momento. O amor era o agora.
Sempre pensara que o amor era coisa que vinha com o tempo. Só os velhos amores amavam. Passara a vida à espera de uma velhice amorenta que nunca chegava. Mas era novo e pensava que a velhice amorenta ainda demoraria. O amor era, então, uma longa e certeira espera, posto que sentia em si o passar lento dos anos.
Apesar da esperança certeira de uma velhice que viria e que traria consigo o amor, Olfodor começou a desacreditar em coisas de paixão. Calafrios era o que sentia ao passar da brisa modorrenta de um verão carioca. Palpitações seriam apenas o resultado do medo de andar sozinho pela cidade grande. Para uma mente cartesiana, para cada coisa, sua causa. O amor seria, então, uma série de eventos que nunca viria. Que nunca havia vindo.
Mas o nunca, e o havia, e o vindo, falam, reunidos, de uma coisa que era mas que já não é. Pois que um dia Olfodor encontrou-se com o amor. Então, teve que admitir para si que ele, o amor, era bem mais simples, leve e possível do que ele imaginava. E ainda jovem, Olfodor foi capaz de sentir o amor.
Foi assim que terminou uma longa espera e o amor era isso que não se definia, mas que ele sentia: agora.

2 comentários:

Eduardo Chacon disse...

Deve haver algum problema, pois vim aqui contar que EU achei o amor... Ent�o, qual dos dois est� com o amor falso?... Ou ser� que n�s dois encontramos o mesmo amor? Hein, hein, Olfodor???

Carla Vergara disse...

Rodolfo, eu não sabia que vc tinha um blog, e isso aqui é lindo demais!!! Amei muito!!