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segunda-feira, 28 de maio de 2007

Que sendo

Tenho medo de que não gostem de mim. Dizem que letras pequenas indicam depressão, mas quando eu digitar este texto já não fará muita diferença o tamanho da letra, mas sim o sentimento que expresso através da junção delas: as letras encontram-se e me expressam.
Mas o que expresso? Me mostro e há modos diferentes no mostrar-me. Não sou uma constante, mas queria achar-me em algum matema: sou ax+by=cz; onde mesmo que a, b e c variem, mesmo que os coeficientes mudem, haverá algo constante.
Ao menos se me olhassem sempre do mesmo modo! Mas as pessoas não ajudam. Me confundem e perco-me em mim. O que sou? Pudera ser um "o quê" e talvez tudo estaria resolvido. Sou "quem?".
Meu nome não sou eu. E nem meu trabalho, onde "vou sendo" na maior parte do meu dia todos os dias. Não sou minha família, embora seja muito do modo como ela me enxerga. Nem sou do modo como me vejo, pois os outros me vêem de um modo diferente.
Sou algo em que o mundo vem à luz. Sou o meu momento. Mas tenho meu passado e ali há luz às vezes e o enxergo. Sou meu futuro e sua luz às vezes se apaga, mas volta. Sou luzes intermitentes que iluminam o que venho sendo.
Venho sendo. Tenho sido. O meu passado diz que ela não vai mais me olhar. No meu passado, elas riem de mim (até no presente). No meu presente, crio as chacotas e as entrego de mãos beijadas.
Por medo, sou meu próprio escárnio. Sou meu próprio bálsamo. E me afogo na poça formada por minhas excretas.
Parei de amar-me, sabiam? E não falo de amor próprio, que se não me amo, é porque do amor próprio ainda me resta algo.
Meu corpo dói e não me deixa esquecê-lo. Livrarei-me dele, porque ele eu não quero que seja eu!

2 comentários:

Lili disse...

Ah, coéh, para de show! Todo mundo adora você, seu enjoado!

Anônimo disse...

Ouça Ypê do Belchior, mais umas 10 mil vezes, que nem aquele dia lá em Petrópolis- por imposição minha...
Me diz se não podia ser trilha sonora do seu texto?