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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A propriedade do amor

(Texto escerito em 30/10/07)
Há um novo modo de amar. Um novo modo e não o compreendo. Não o compreendo, mas o sei bem. Sei como quando faz doer-nos o corpo algo que nos invade e que nos é completamente estranho. Melhor dizendo: sei bem porque faz doer-me o corpo. Porque faz doer-me a alma. Porque faz doer-me.
São muitos os modos de amar, mas este é como pensei que seria o amor entre amigos. A carne entra, a carne sai. O que resta é um profundo carinho que só faz crescer a amizade e o sono de depois do sexo é um leve toque, uma brisa fresca num dia quente, um silêncio gostoso depois do falatório. É um novo modo de amar, que não é amor de amigo, mas talvez seja como se fosse. Com as analogias, tento compreender este novo modo. Penso, por acaso, em minha mãe. Vejo seu sorriso. Diria que nada tem a ver com ela esta nova modalidade do amor e sei que ao dizer isso minto para mim e para todos. Sobretudo, minto para mim, porém, se digo isso.
Creio que seja pela falta de compreensão, por não conseguir lançar luz ao escuro que é esta novidade, eu, que tanto prezo a iluminação do pensamento, creio que seja por essa incapacidade de olhar este amor às claras que não consigo entregar-me a ele como sempre fui capaz de entregar-me. E justo eu, que sempre quis um novo modo, uma forma de não repetir o que sempre tive, agora que eu posso amar-me a mim no outro, sou incapaz de amar.
Buscava nos outros a mim mesmo e agora que posso possuir-me por completo, vejo que o outro, que é como eu, é a mesma minha incompletude. Não posso ter tudo neste novo amor, não posso ter tudo que cri ser possível alcançar desta nova maneira.
Sim, há um novo modo de amar e já não sei, dentre todos os que tentei, qual é o mais apropriado.
(por Alberto)

Um comentário:

Anônimo disse...

Querido..........Qualquer maneira de amar vale a pena. Qualquer maneira de amor valerá.
Deixo-lhe um conselho barato de porta de botequim: "seja inteiro. Não espere que o outro seja a metade que lhe complete"
(não esqueça de me escrever contando como foi que conseguiu, caso consiga por, digamos...seis semanas...)