Aline tem razão: é muito bom quando lemos algo antigo que nós mesmos escrevemos e nos assustamos com o fato de termos sido nós mesmo os criadores daquelas linhas por serem elas boas o suficiente para não poderem ser escritas por nós.
Estava limpando minha caixa de entrada do GMail e encontrei alguns rascunhos. Ando com um certo bloqueio "emoliterário" (aquele em que o embotamento das emoções dificulta a produção literária) e nenhum conto ou texto que escrevo parece bom. Nem ao menos um dos diversos temas que me proponho ao longo de um dia me parece suficientemente atraente para virar texto (apesar de, lá no fundo, saber que é um bom tema).
Não quero publicar neste blog textos antigos. Textos que já apareceram em outro blog meu ou no meu orkut não são textos para esse espaço aqui. No entanto, este texto abaixo é antigo.
Como nunca coloquei-0, porém, nem em blog nem em orkut e pela surpresa que me causou por ter sido eu mesmo o autor de tal conto inacabado, decidi colocá-lo aqui.
É que a máxima "jornal de ontem, notícia de anteontem" parece não valer para contos. Às vezes (como é o caso dos sentimentos que esse pedaço de conto aqui me traz) parece que escrevemos no passado sobre nosso momento futuro. É aquela velha história de que poeta (e quem diz que não há poesia na prosa, está errado) é um grande "vaticinador".
"Se ligo é porque não sei de tudo, disse ele em resposta ao 'Você sabe tudo mesmo' que ela acabara de lançar como sendo um comentário ocasional. Era a primeira vez em dois meses que se falavam. Desde aquele dia em que sentaram para conversar uma derradeira vez ainda como o casal que eram (e que depois da conversa já não seriam), nunca mais haviam trocado palavras.
Naquele dia, dores. Hoje os sofrimentos eram outros e de outra ordem: as diferenças do amor não são de modo algum iguais ao término deste. Naquele dia, conversaram sobre o fim do amor; hoje conversam sobre como há diferentes amores para cada pessoa amada.
Separaram-se porque ela já não aguentava viver com aquele homem que horas era como ela queria, firme e decidido, e outras como ela nunca ousara querer - carente e amoroso. Separaram-se porque nele já não cabia tanto amar. E foi assim que ele aprendeu que, na vida, tudo são divórcios. O aprendizado contudo, não passou de mera abstração, de idéia em sua cabeça; não descera até as vísceras, não rebentara-lhe o coração: explicaria muito bem que divórcios são comuns e que era natural ela ter-se divorciado dele, mas não compreendia como isso seria possível ao passo que ainda havia amor. "
No dia de hoje: sono, "furacão" na garganta e sentimentos embotados.
Estava limpando minha caixa de entrada do GMail e encontrei alguns rascunhos. Ando com um certo bloqueio "emoliterário" (aquele em que o embotamento das emoções dificulta a produção literária) e nenhum conto ou texto que escrevo parece bom. Nem ao menos um dos diversos temas que me proponho ao longo de um dia me parece suficientemente atraente para virar texto (apesar de, lá no fundo, saber que é um bom tema).
Não quero publicar neste blog textos antigos. Textos que já apareceram em outro blog meu ou no meu orkut não são textos para esse espaço aqui. No entanto, este texto abaixo é antigo.
Como nunca coloquei-0, porém, nem em blog nem em orkut e pela surpresa que me causou por ter sido eu mesmo o autor de tal conto inacabado, decidi colocá-lo aqui.
É que a máxima "jornal de ontem, notícia de anteontem" parece não valer para contos. Às vezes (como é o caso dos sentimentos que esse pedaço de conto aqui me traz) parece que escrevemos no passado sobre nosso momento futuro. É aquela velha história de que poeta (e quem diz que não há poesia na prosa, está errado) é um grande "vaticinador".
"Se ligo é porque não sei de tudo, disse ele em resposta ao 'Você sabe tudo mesmo' que ela acabara de lançar como sendo um comentário ocasional. Era a primeira vez em dois meses que se falavam. Desde aquele dia em que sentaram para conversar uma derradeira vez ainda como o casal que eram (e que depois da conversa já não seriam), nunca mais haviam trocado palavras.
Naquele dia, dores. Hoje os sofrimentos eram outros e de outra ordem: as diferenças do amor não são de modo algum iguais ao término deste. Naquele dia, conversaram sobre o fim do amor; hoje conversam sobre como há diferentes amores para cada pessoa amada.
Separaram-se porque ela já não aguentava viver com aquele homem que horas era como ela queria, firme e decidido, e outras como ela nunca ousara querer - carente e amoroso. Separaram-se porque nele já não cabia tanto amar. E foi assim que ele aprendeu que, na vida, tudo são divórcios. O aprendizado contudo, não passou de mera abstração, de idéia em sua cabeça; não descera até as vísceras, não rebentara-lhe o coração: explicaria muito bem que divórcios são comuns e que era natural ela ter-se divorciado dele, mas não compreendia como isso seria possível ao passo que ainda havia amor. "
No dia de hoje: sono, "furacão" na garganta e sentimentos embotados.
Um comentário:
Bom mesmo o conto, você tinha razão...também.
:)
Adorei sua tempestade criativa, espero que seus pais venham mais vezes e hajam mais feriados. :oD
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