Esta é segunda de uma série de cartas encontrada às margens do rio de Águas Turvas num domingo à tarde, em uma caixa amarelada pelo tempo.
Clarice, a provável autora, ainda desconhecida, a despeito de todas as procuras, responde a carta enviada por Bruno, seu amante.
(O autor)
Águas Turvas, 20 de agosto de 1972.
Bruno,
Não sei o que te dizer...
Recebi sua carta. Quanta coisa, não?
Não se trata de cutucar onça com vara curta. Você não é onça e não há varas, nem curtas nem compridas.
Você tem razão. Não me deve explicações, justificativas, explicações... Embora - e aí não sei se percebeu - tenha feito isso em cada uma das linhas que me escreveu.
Lamento pelo estilo pobre da sua escrita. Esperei algo um pouco mais elaborado do que dezenas de palavrões a cada linha. No entanto, sigo o estilo: vá se foder!
Um abraço fraterno,
Clarice
Um comentário:
PER-FEI-TO
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