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terça-feira, 18 de setembro de 2007

Do ato de escrever

No mundo há muito de cada coisa. Já escrevi sobre isso (direta ou indiretamente). Principalmente no conto "Pessoas e Pessoas", em que isso, na realidade é o próprio começo do conto.

É como Lili escreveu em seu blog uma vez (e de um modo, digamos, muito tímido, porque sei o quanto ela hesitou em publicar o texto que aqui cito):

Das coisas que existem e das que nunca vimos.
Então tem o mundo né?
E tem...as coisas físicas e todas as outras, que estão infinitamente em maior quantidade, mas não em volume.
Tem as pessoas, tem os animais, tem as plantas,e aí cabem as flores, as frutas, as raízes, as copas, as folhas e todo o resto, tem...os livros, tem...as artes e aí são muitas também: Pintura, escultura, poesia, literatura, dança, teatro, ai tanta coisa, e tem...comida, e diversas formas de prepará-la e serví-la, e comida aliás é assunto que não acaba porque se faz com tudo isso aí em cima...menos pessoas...quer dizer, sim e não. Envolve pessoas.
Tem as casas. Por dentro e por fora.
Tem os lugares. Abertos e fechados. Que já existiam, modificados e feitos todos a mão.
Tem o som, tem o cheiro, tem o gosto, tem o tato, tem o que se vê e o que não se vê também. Tem irmão e uma vez ele me perguntou porque quando fechamos os olhos ou quando está muito escuro mesmo ficamos vendo coisas. Eu ri, e disse que só ele era assim. Ele ficou revoltado e não acreditou. Então disse que era assim mesmo, que todo mundo era assim, que eu não sabia explicar mas que era alguma razão neurológica destas que envolvem descargas elétricas e químicas e ele ficou satisfeito.
Tem água. De todo tipo, de mar, de pia e de rio. E tem todas as criaturas que vivem nas águas, inclusive às que inventamos, e outras que desconfiamos que existem mas dizem que é lenda então ficamos quietos.
Não ficamos?

Há no mundo escritores e escritores também.

Sartre, em "O que é a Literatura", defende a idéia de uma Literatura Engajada, dizendo, por exemplo, que um dos pilares da produção literária é "para quem se escreve?"... Pois é... Acho que escrevemos para poucos. Por sorte, escrevo para meus amigos, para as pessoas que gosto, para alguns que vêm aqui e lêem (Guida, obrigado pelo comentário - nem sei se Guida voltará aqui um dia, nem sei como ela chegou aqui, mas fico muito feliz e grato),para aqueles que se deixam sentir apesar da pobreza literária que, muitas das vezes, meu texto tem.

Danem-se os críticos. Danem-se as críticas (bem-vindos os comentários, mesmo que com críticas, claro. Falo aqui de uma crítica ferina, despropositada, fria, calculante).

Escrevo, sobretudo, para mim.

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